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quarta-feira, 11 de julho de 2012

Territórios Imaginários

Durante os meses de maio, junho e julho o Museu de Arte Murilo Mendes (MAMM) recebeu a exposição "Territórios Imaginários", da artista Rosana Ricalde, formada em Gravura pela Escola de Belas-Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

O trabalho da Rosana tem uma ligação direta com a literatura, promovendo um encontro que muitos podem achar improvável: artes plásticas e a escrita.  Através de grafismos, Rosana nos conta algumas histórias que ela leu, como "O Navegante", "As Viagens de Marco Polo", "As Mil e Uma Noites" e "Cidades Invisíveis".

Apesar das palavras, e por mais que tenhamos curiosidade de lê-las, as obras da artista se valem muito mais pelo que conseguimos observar através da imagem formada, o movimento da escrita.

Uma curiosidade que Rosana nos contou é que seus livros preferidos são o dicionário e o atlas. Um pouco estranho quando a gente fica sabendo, mas depois começa a fazer sentido. É que, segundo ela, são os dois livros em que cabem tudo que podemos conhecer, todas as palavras e todos os lugares do mundo.

Outra história que ela nos contou foi sobre o início do seu interesse por mapas. Quando era mais jovem, Rosana e suas irmãs resolveram criar um mapa sobre a cidade em que viveram na infância a partir das lembranças que tinham. Ao invés de desenhar as ruas e os lugares, elas foram escrevendo, criando as passagens através do texto, contando sobre quem morava naquele local, ou então como era no passado. O mais interessante é que a mãe delas viu o trabalho e resolveu ajudar. Ela tinha vivido na cidade em uma outra época. 
Logo, o mapa ficou com dois tempo diferentes em um mesmo espaço, ora com lembranças das filhas, ora com lembranças da mãe.

Partindo disso criamos a oficina que foi trabalhada com as crianças e adolescentes que visitaram o museu. Cada uma recebeu um pedaço de papel e nele escreveram sobre onde moram: a casa, a rua, o bairro, a cidade... enfim, sobre o entorno de cada um. Também criaram sobre ambientes imaginários, utópicos. Depois disso eles colaram os papéis em palitinho e fincariam no jardim do MAMM. Então eles ligaram uma plaquinha na outra através de linhas coloridas, formando assim um mapa de um território imaginário.






sexta-feira, 15 de junho de 2012

1ª Aventura de férias no MAMM


Nós do MAMM realizamos no período de 24 a 27 de janeiro de 2012 o projeto "Aventura de Férias no MAMM", que propôs uma série de atividades relacionadas às exposições em cartaz no museu, durante uma semana das férias letivas.

Considerando o Museu como referência na programação cultural de Juiz de Fora, buscamos aliar as visitas espontâneas de férias com atividades que atingissem um público específico de visitantes. O projeto incluiu atividades voltadas para a vida e obra de Murilo Mendes, aliadas aos conceitos das três exposições em cartaz: Murilo Mendes: O Poeta Peregrino na Itália, ECO92 e Sociedade de Belas Artes Antônio Parreiras.

As crianças foram recebidas no primeiro dia, 24, da colônia de férias com um teatro sobre a história do poeta mineiro. Foi interessante perceber o quanto elas se divertiram com a história, que foi apresentada de uma maneira lúdica através de um "teatro de palitos".

Contamos desde o nascimento do poeta até a criação do MAMM e depois quando perguntávamos às crianças alguma coisa sobre a história, era interessante observar como elas assimilaram os fatos, principalmente enquanto elas realizavam a atividade do dia, que era colorir os personagens do teatro.

A partir do segundo dia, as atividades foram separadas por exposições, tratando de maiores detalhes de cada proposta. A escolha por essa dinâmica possibilitou um maior aproveitamento do que as exposições tinham a oferecer. Trabalhamos no dia 25 com Murilo Mendes: O Poeta Peregrino na Itália, onde grande parte do acervo do MAMM foi exposta. A escolha por iniciar com esta exposição partiu da ideia de se continuar trabalhando com a história de Murilo, dando prosseguimento ao que foi apresentado no teatro.

Aproveitando as variadas técnicas mostradas durante a exposição, propomos que as crianças utilizassem materiais diversos para trabalharem as características da colagem e técnica mista. Introduzimos também a utilização de materiais recicláveis e folhas secas.

O terceiro dia foi destinado à exposição Eco Art, Serigrafias , exposição que contava com obras produzidas a partir da mostra ECO 92 que aconteceu paralelamente à Conferência das Nações Unidas sobre o meio ambiente e desenvolvimento, Rio 92.

Durante a visita, os bolsistas dialogaram com as crianças onde elas mostraram suas impressões sobre o que esperavam da exposição e o tema, que nos é atual.

Segue depoimento da bolsista Ana Luísa:
Fiquei responsável por acompanhar e mediar a visita das crianças à Galeria Retratos – Relâmpago, cuja exposição em cartaz era ECO ART – Serigrafias. Previamente havia pensado em algumas questões que estimulassem o diálogo dentro da galeria para que as crianças pudessem trocar idéias, se expressarem e para que eu pudesse perceber o efeito disso tudo enquanto estudante e bolsista da divisão educativa.
Procurei partir para a apresentação da exposição, o motivo dela estar em cartaz, na medida em que elas fossem observando os quadros, o espaço da galeria e tomando suas primeiras impressões. Conversamos sobre quais imagens gostamos, quais não gostamos e suas justificativas. Falamos também sobre como cada um tem contato com a natureza, as formas de preservação e procurei com que elas percebessem que todos somos partes integrantes e atuantes no meio ambiente.
Ao entrarmos na questão de que cada artista representou um mesmo tema à sua maneira, propus a elas que fizéssemos o mesmo, só que com sons e gestos. Nesse momento percebi uma certa dificuldade delas usarem o próprio corpo como forma de representação. Bem próprio da idade e da escola que começa a priorizar a escrita e a anular os outros meios de expressão.
Após a visita à galeria, fomos para o jardim realizar a atividade proposta para esse dia: Gravura em isopor, para que eles colocassem em prática um tipo de técnica serial, a exemplo das serigrafias que vimos na exposição e para que elas entendessem a base do processo e seus desdobramentos. Nesse dia disponibilizamos rolinhos de pintura para passar no isopor, uma das crianças se identificou de imediato com tal instrumento e começou a fazer pinturas somente com o rolinho.
A arte feita com o rolinho
O último dia de atividades foi destinado a exposição Sociedade de Belas Artes Antônio Parreiras. A mostra contou com obras de variados artistas que passaram por esta renomada escola de arte juiz-forana além da retrospectiva de dois artistas específicos: Heitor de Alencar e Silvio Aragão. 

A partir da exposição as crianças puderam iniciar uma prática artística semelhante a desenvolvida por algum dos artistas da Sociedade de Belas Artes Antônio Parreiras.

Sugerindo o lugar do museu que lhes fosse mais atraente, as crianças exercitaram seu olhar para depois representarem por meio de desenhos aquilo que mais gostaram.

O resultado apresentado em seus desenhos, foi além do espaço físico, registrando também uma ação ou evento. Esse fato comprova como as crianças conseguiram visualizar o lugar "museu" como um ambiente em que é possível a realização de diversas atividades além das visitas.

Ao final das atividades percebemos que nosso objetivo, de divulgar a história de Murilo para esse público específico e abrir novas possibilidades de atividades dentro do museu, foi alcançado. As práticas realizadas agregam valores e fazem com que as crianças enxerguem esse espaço com mais curiosidade e desmistifiquem a imagem do museu.

Galeria de fotos:









Bem-vindos!

Somos da Divisão Educativa do Museu de Arte Murilo Mendes (MAMM), vinculado à Universidade Federal de Juiz de Fora, Minas Gerais. A nossa equipe é formada por dois educadores (o Vinícius e a Sandra) e quatro bolsistas estudantes de graduação em Artes, atualmente Ana Luísa, Felipe, Fernando e Thalita. Nosso trabalho é receber os visitantes do MAMM com atividades que apresentem o museu como um espaço para aprendizado, troca de experiências e entretenimento.



A gente acredita que o museu é mais que um lugar para apreciar a arte e a cultura de forma distante e fria. É lugar de entender mais sobre a nossa própria vida explorando a arte e as demais ciências do conhecimento.